Ser refugiado é procurar refúgio num outro país {seja pela guerra, pela perseguição de raça ou religião, seja pelo que for}. Ser refugiado não invalida levar conosco coisas que para nós são importantes, quer para a nossa sobrevivência quer por razões sentimentais.
A RTP fez uma campanha – “E se fosse eu”, com várias figuras publicas a partilharem o que levavam na mochila. Entre esses vídeos está o que partilho hoje e pertence à Joana Vasconcelos.
Epá tanto sururu de volta de um vídeo que na minha opinião não tem nada de ofensivo, já pensaram que as jóias portuguesas são um simbolismo, é como se fosse uma parte da nossa cultura que se leva na bagagem? Que todos temos telemóveis e não acredito que ninguém os deixasse para trás, eu pelo menos não deixava o meu, não ocupa muito espaço e pode ser muito útil.
E muito sinceramente, vejo na mochila da Joana Vasconcelos, esperança. Esperança num futuro, que embora desconhecido, pode ser muito melhor, basta levar para esse futuro algumas ferramentas que poderão ser muito importantes e uteis para o desenvolvimento de um novo projecto de vida.
É muito triste o tipo de comentários que se têm feito em relação a este vídeo, mistura-se a pessoa com a obra, ofende-se de forma bruta e gratuita.
E da mesma forma que os refugiados são privados da sua liberdade com base na opinião de outros que acham que têm o direito de promover uma guerra, também estes comentários contra a Joana Vasconcelos estão a priva-la da sua liberdade de opinião e de escolha.