Porque é que estes dados não me causam admiração?
Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras…fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino,
assim às claras. Eu não consigo perguntar: “tem polvo marroquino?”, sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. “Queria quinhentos de polvo marroquino” – tem de ser dito em voz mais baixa e rouca.
Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.